As medidas que o governo enviou ao Congresso para as micro e pequenas empresas miram além de um simples reajuste da tabela de valores para o acerto com o fisco.

A proposta divulgada nesta semana e a nova política de microcrédito, a ser lançada em breve, apontam para um “desafogo” do setor num cenário que deve seguir incerto por um bom tempo.

O mais recente levantamento do Banco Central sobre inadimplência nas instituições financeiras mostrou piora na qualidade das carteiras de quem empresta mais no cartão de crédito e de quem tem mais linhas com as micro e pequenas empresas.

A deterioração para empreendimentos menores vem desde o fim da gestão Lula, quando os juros passaram a subir e outras medidas de restrição ao crédito foram adotadas contra a inflação.

Ao elevar em 50% os limites de faturamento das empresas enquadradas no Supersimples, o governo tira um fator de pressão sobre as micro e pequenas, sobretudo aquelas com receita em expansão e que estariam fora do regime do Supersimples.

Se o governo conseguir o que quer, a renúncia fiscal pode até compensar. Empregos serão mantidos e tributos serão pagos de toda forma ao fisco. É dar com uma mão e receber com a outra.

Folha de S. Paulo