Há tempos que a complexidade tributária e a imagem de um Brasil pouco transparente são consideradas as principais barreiras para a vinda de investimentos estrangeiros ao País. Como resultado, a impressão que nos fica é que, apesar de líder econômico na América Latina, o Brasil ainda permanece apenas como uma promessa e não consegue consolidar seu crescimento como Índia e China, por exemplo, estão fazendo.
Hoje, porém, a economia nacional tem motivos de sobra para atingir um patamar de credibilidade forte o bastante para reverter esta imagem negativa, amparada por diversos fatores, como multinacionais brasileiras emergentes que se destacam globalmente, o etanol e a própria camada pré-sal que compõem duas importantes promessas energéticas, além de eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que movimentarão a economia do País. Com essa imagem sendo firmada, os olhos dos investidores se voltam então para o setor tributário, que também está sofrendo mudanças com o projeto SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), que promete justamente facilitar o modelo de arrecadação.
Diversas obrigações fiscais já estão sendo unificadas, outras estão sendo extintas e uma intensa movimentação no mercado de soluções fiscais permite automatizar os cálculos tributários que até então eram o pesadelo não só de empresários nacionais, mas de investidores estrangeiros acostumados a controlar e pagar impostos de forma muito mais simplificada em seus paises. Este tipo de infraestrutura tecnológica, mais do que um auxílio, se mostra fundamental para as empresas que pretendem iniciar suas operações no Brasil.
O grande perigo é que muitas dessas empresas só se dão conta da necessidade de soluções fiscais especializadas quando já estão em andamento com o processo de abertura da filial brasileira. Com isso, elas acabam sendo surpreendidas com um custo maior do que o planejado, resultando no abandono da operação ou em projetos emergenciais, que geralmente aumentam os riscos do investimento.
A boa notícia é que existem algumas opções que podem baratear e agilizar bastante a vinda dessas empresas, principalmente das que querem começar com uma operação menor e com um budget mais restrito. Nestes casos, além do custo, a demora e a complexidade da implementação são fatores que devem ser levados em conta na escolha das tecnologias que suportarão a atividade da empresa.
As ofertas SaaS (software as a service) tanto de sistemas de gestão como de soluções fiscais podem ser ótimas opções, pois eliminam a necessidade de infraestrutura física, barateando e agilizando significativamente a implementação. Neste caso, um ponto de atenção é a escolha de um fornecedor que possua escalabilidade suficiente para acompanhar a evolução do negócio, já prevendo operações mais robustas, semelhantes às experiências internacionais da empresa.
Este movimento como um todo abre uma excelente oportunidade para a exploração de novos nichos de mercado por empresas brasileiras. Cabe a nós, portanto, acompanhar a evolução deste cenário e ajudar a desmistificar as barreiras que ainda existem.
Paulo Dimas Mique, gerente comercial da Synchro Solução Fiscal Brasil e Gilberto Lima, diretor de Consultoria Estratégica da IT Convergence
Fonte: tiisinde.com.br