As vendas de carros importados no país apresentaram a primeira queda consolidada após o aumento em 30 pontos percentuais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em dezembro.
O aumento do imposto foi anunciado pelo governo em setembro do ano passado para frear as importações de veículos e favorecer a produção local. À época, os importadores acusaram lobby da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos). A Anfavea negou.

Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira pela Abeiva (associação dos importadores de veículos), em março foram vendidas 300 unidades (queda de 2,1%) a menos do que no mesmo período do ano passado.
O resultado no primeiro trimestre de 2012 também foi inferior ao obtido em igual período de 2011. Segundo os dados, a queda foi de 0,4%. No período, as vendas somaram 35.463 unidades.
“Embora pareça estável, podemos interpretar esse número como o início de uma queda geral prevista para este ano, caso nada mude com relação ao aumento do IPI de 30 pontos percentuais”, disse o presidente da Abeiva e da Land Rover, Flavio Padovan.
Segundo a associação, a queda no trimestre só não foi maior porque as vendas em março compensaram o resultado de fevereiro, por ser um mês mais curto e com a incidência do Carnaval.
“O desempenho isolado do mês de março já era esperado, até porque tivemos em fevereiro um mês muito ‘curto’ com o Carnaval. Além disso, algumas das marcas associadas à Abeiva ainda tinham nas suas redes de distribuição, estoques de veículos com IPI anterior, ou seja, sem o impacto do aumento dos 30 pontos percentuais”, disse Padovan.
Em relação ao novo regime automotivo brasileiro, anunciado no último dia 3 de abril, o presidente da Abeiva afirmou que vai aguardar a regulamentação e detalhamento das novas regras para, com mais clareza de alguns pontos, divulgar um pronunciamento oficial.
“De qualquer modo, já verificamos uma abertura para as empresas interessadas em investir no país e confiamos no bom senso do governo em flexibilizar a alta de 30 pontos percentuais do IPI para as marcas ainda sem”, disse.
Fonte: Folha UOL
Escrito por: Venceslau Borlina Filho