por Maurício Renner | BAGUETE

A Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul está em busca de empresas gaúchas interessadas em fazer parte de um projeto de uso de nota fiscal eletrônica pioneiro em nível nacional.

O projeto roda em fase piloto desde fevereiro com as Lojas Renner, Colombo, Paquetá e Panvel.

A novidade consiste em transformar a nota em papel entregue ao consumidor em um “danfinho” – termo carinhoso usado na Sefaz para a versão reduzida da Danfe.

A nova nota conta com um número de série pelo qual o consumidor pode acessar a informação completa online, além de incluir o seu CPF e receber a mesma no e-mail ou celular.

“Começamos o primeiro grupo por demanda das empresas. Solucionamos alguns problemas e estamos prontos para uma ampliação”, revelou Dimitri Domingos, responsável pelo projeto dentro da Sefaz-RS, durante participação no seminário Rumos da Fiscalização Eletrônica, realizado por Seprorgs/Assespro-RS nesta segunda-feira, 28.

Domingos apontou grandes redes supermercadistas como possíveis interessadas numa segunda fase.

Para os participantes, a principal vantagem é reduzir a dependência das impressoras fiscais, que custam em média R$ 2 mil. Máquinas com as mesmas caraterísticas de velocidade, mas sem os módulos de segurança e os lacres, podem fazer o trabalho pela metade do preço.

A impressora fiscal é o equipamento mais caro de um PDV, e, com a eliminação de sua necessidade, o custo para montagem de um caixa pode cair em até 50%, aponta o gerente de TI do Grupo Dimed Panvel, Carlos Dottori.

Na Panvel, a estreia na NF-e para o consumidor ocorreu na farmácia da Avenida Goethe, em Porto Alegre, e a meta, nos próximos meses, é levar o serviço a todas as 240 unidades do Rio Grande do Sul.

Por hora, o modelo segue híbrido: para quem topa, vai a NF-e, que é enviada ao e-mail do consumidor, o que possibilita também o check out em dispositivos móveis.

MASSIFICAÇÃO INCERTA

Até agora, no entanto, nada indica que o uso da NF-e para o consumidor final vá seguir o mesmo rumo da nota eletrônica, que começou como um piloto para 12 empresas em 2005 e rapidamente se tornou uma obrigatoriedade.

“Dificuldades de conexão, contingência e velocidade ainda impedem a massificação”, resumiu Domingos.

O aspecto de disponibilidade de conexões de alta velocidade é o mais complicado, uma vez que está  fora das mãos da Sefaz. No mais, a secretaria já trabalha num plano de contingência que envolva a possibilidade de impressão de QR Codes em notas impressas em um período de desconexão.

Outro problema é que ainda não está claro se o formato defendido pela Sefaz-RS de nota para o consumidor final vai triunfar no contexto nacional, o que diminuiria os ganhos de escala para empresas que queiram entrar na novidade.

Fonte: baguete.com.br