Nas conversas agitadas como o de costume nos pavilhões do Salão de Automóvel de Pequim, duas palavras se destacavam num mar de mandarim e inglês carregado de sotaque: Brasil e IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).
O aumento no IPI para os carros importados de marcas que não possuem fábrica no Brasil e o novo regime automotivo impostos pelo governo dominaram quase todas as conversas na mais importante feira do maior mercado de carros do mundo.
“É uma decisão muito injusta. A competição é boa para o mercado e o aumento de impostos impede a entrada de novos competidores ou tirar a competitividade de seus produtos”, reclama Wayne Liao, diretor regional para a América do Sul da Haima, que adiou novamente a venda de produtos no Brasil, desta vez para o final deste ano.
As chinesas que estão há mais tempo no mercado brasileiro optaram por fábricas para escapar do aumento, mas os planos de construção foram acelerados depois que o governo introduziu o novo regime automotivo.
A Chery está investindo R$ 700 milhões para começar a produzir no Brasil já no final do ano que vem. Segundo Zou Biren, presidente mundial da Chery International, um ano antes do previsto no projeto original.
“O governo determinou o aumento e não tivemos alternativa se não acelerar a construção de nossa fábrica”, afirma Biren.