O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta sexta-feira (9) que o governo vai desonerar a folha de pagamento do setor industrial como forma de aumentar a competitividade do segmento no mercado mundial. Ele disse que o governo já vem adotando medidas para estimular o crescimento da atividade da indústria.
Segundo o ministro, o benefício deve durar por cerca de um ano, e que a alíquota ainda está sendo definida.
A produção industrial brasileira caiu 2,1% em janeiro ante dezembro, a maior redução mensal desde dezembro de 2008 -no auge da crise financeira global. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (7).
O ministro se reuniu com cerca de 20 representantes da área produtiva nacional, em encontro organizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), na capital paulista.
Mantega disse que no encontro a principal preocupação manifestada pelos empresários foi em relação ao câmbio. Ele assegurou ao setor que o governo vai continuar adotando medidas para evitar um desequilíbrio que venha prejudicar expressivamente o desempenho do setor.
“Posso garantir que o câmbio não estará se valorizando e prejudicando os produtos brasileiros”.
Medidas do governo
Preocupado com os efeitos do que chamou de “guerra cambial” sobre a indústria, Mantega já tinha afirmado na terça-feira que o governo preparava um pacote de medidas para estimular o setor, que abrangerá novas ações contra a valorização excessiva do real.
Na semana passada, o governo brasileiro anunciou duas medidas para frear a apreciação da moeda, que ameaça os exportadores e a indústria como um todo.
Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou um corte de 0,75 ponto percentual na taxa báisca de juros (Selic), para 9,75%.
Produção industrial tem maior queda em três anos, diz IBGE
A produção industrial brasileira caiu 2,1% em janeiro ante dezembro, a maior redução mensal desde dezembro de 2008 -no auge da crise financeira global.
Na comparação com janeiro de 2011, a produção no primeiro mês de 2012 diminuiu 3,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
O setor industrial foi o destaque negativo dos números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na véspera. O PIB brasileiro cresceu 2,7% em 2011, mas a indústria teve expansão de apenas 1,6% no ano (frente aos 10,4% em 2010), de acordo com IBGE.
Os números do PIB revelaram ainda que os segmentos industriais com pior desempenho em 2011 foram os que sofrem mais concorrência de importados, como vestuário, calçados, metalurgia e automóveis.
Queda na produção de veículos afeta desempenho da indústria
A queda de 26,7% no setor de veículos automotores exerceu o maior impacto sobre a queda no índice em janeiro, com destaque para a menor fabricação de caminhões, automóveis e reboques. As férias coletivas nas montadoras durante o mês de janeiro também afetaram os resultados do setor.
Outras contribuições negativas para o índice vieram de máquinas para escritório e equipamentos de informática (-24,8%), indústrias extrativas (-5,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,0%), vestuário e acessórios (-19,4%) e farmacêutica (-5,9%).
Por outro lado, entre os doze ramos que registraram crescimento na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com os setores de alimentos (4,7%), de máquinas e equipamentos (4,6%) e de refino de petróleo e produção de álcool (4,2%).
(Com informações de Reuters e Agência Brasil)