A alta carga tributária e a falta de competitividade no Brasil foram os temas mais recorrentes durante as discussões ontem, no terceiro Fórum Liberdade e Democracia, promovido pelo Instituto de Formação de Líderes (IFL). O tributarista Ives Gandra disse que o Brasil tem diversas amarras e um tripé, que prejudica o crescimento do país, que é o problema tributário, encargos trabalhistas e a esclerose da parte administrativa. “O Estado intervém demais. Quando uma empresa perde 2.600 horas em média para atender obrigações tributárias, isso é esclerose da máquina administrativa”, atacou Gandra.
O tributarista também criticou a concentração de riquezas no país. “Quando o governo investiu R$ 195 bilhões em 2011 para custeio, dos quais foram R$ 52 bilhões de déficit da Previdência destinados para menos de 1 milhão de servidores públicos, nós temos uma concentração de riquezas, enquanto o governo investiu apenas R$ 41 bilhões”, disse Gandra, para quem, a carga tributária é para sustentar a multiplicação de servidores públicos.
O economista Alexandre Schwartsman também criticou a carga tributária. “O Banco Mundial tem uma pesquisa da facilidade de fazer negócios. Estima-se que no Brasil sejam necessários 2.400 homens trabalhando por hora por ano só com a tarefa de pagar impostos. Nesse quesito, o Brasil é um campeão mundial. Em segundo lugar vem Camarões. Países da América Latina gastam em torno de 300 a 400 homens por horas”, comparou. O economista disse que o Brasil não pode diminuir a carga tributária por causa do tamanho do gasto público
A presidente do IFL, Carolina Antunes, disse que o fórum é para pessoas que estão ávidas para ter novas ideias e alternativas e melhorar a situação e a qualidade de vida. O fórum está na terceira edição e, este ano, a escolha do tema foi baseada na economia do país que não está crescendo como antes. “Eu acredito que o custo Brasil tem um peso muito maior na economia com a carga tributária elevada e a burocracia. Ambas refletem no preço dos produtos. Se a carga tributária fosse reduzida em 20% a 30%, o preço do produto final seria reduzido em até 40%”, disse.
Fonte: otempo.com.br/ Fenacon